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35. DETOX DE ROTINA

Estou a fazer um detox de rotina. Não são férias. Algumas atividades são as mesmas, mas num ambiente completamente diferente. Os nossos ritmos não são compatíveis com a sobrecarga de trabalho, a ansiedade coletiva típica das organizações e as exigências do dia a dia. Aprendi da pior forma a importância de abrandar. Organizei a minha vida para não estar dependente de agendas irrealistas, mas acima de tudo da insegurança, reatividade e necessidade de controlo das outras pessoas. Recuperei a liberdade que tanto preservo para ser quem sou. E neste estado, recuperei também a minha criatividade, bom humor, conexão com quem importa e produtividade. Então, como é que organizo o meu detox de rotina? 1. Mudei de ares durante uma semana. Saí de casa e instalei-me num sítio diferente do habitual. 2. Planeei as refeições, e fiz as compras para toda a semana assim que cheguei, para não pensar mais nisso. Claro que guardei uma manhã para ir ao mercado local. Nunca perco essa oportunidade, indepen...

34. E VOCÊ? JÁ FEZ ALGUÉM FELIZ HOJE?

Passamos tanto tempo embrenhados na busca da nossa arca perdida, que nos distraímos do momento atual, e das oportunidades que se apresentam, numa abundância que ofusca e nos torna cegos. Ditadura da felicidade. Um dos movimentos mais bem sucedidos de sempre, que nos empurrou por estes rápidos e cascatas intermitentes, em que o foco é sempre na pedra seguinte. A velocidade e força da corrente, distraem-nos do resto. De todo um mundo que acontece sereno e contemplativo à volta desta força, que arrasta todos nas suas águas, tornando-os iguais e solitários nesta busca irrealista. E agora, à felicidade, junta-se o propósito. "Tens que ter um propósito. Tens que deixar a tua marca. Fazer a diferença!" E não fazemos todos? Diariamente? Com ou sem consciência. Juntar-lhe um propósito e este ideal da felicidade que se procura como se de uma caça ao tesouro se tratasse, ou uma conquista dos lugares no pódio, são dos maiores disparates consentidos a que nos submetemos coletivamente. Ve...

33. FAZER O LUTO DE OBJETIVOS NÃO ALCANÇADOS

Decorreu no fim de semana do 25 de Abril o famoso MIUT  - Madeira Island Ultra Trail. A distância dos duros, são 115 km que percorrem a ilha de uma ponta à outra, com um desnível positivo acumulado de 7,100 m. Não participei neste prova. Ainda ;) Mas partilho consigo que este percurso contou com 16% de desistências. Num total de 970 atletas inscritos.  E porque escolho este exemplo para falar do tema de hoje? Porque quero honrar os atletas que desta vez não alcançaram o objetivo. Estas 155 pessoas, representam-nos a todos:  Quando nos propomos fazer um trabalho e não conseguimos concluir. Quando não somos selecionados para o emprego que levou tanto da nossa dedicação durante o processo de entrevista. Quando somos despedidos sem ter conseguido mostrar o nosso valor. Quando ao fim de largos anos, desistimos da casa dos nossos sonhos. Quando nos sentimos forçados a terminar uma relação. Quando desistimos do curso já na faculdade. Quando somos obrigados a mudar de planos porq...

32. O MUNDO ESTÁ UM CAOS, O MEU FILHO PINTOU O CABELO DE AZUL E TORNEI-ME EMPRESÁRIA!

  O mundo está um caos. Muitos diriam que já não é de hoje. Andamos de crise em crise sem tempo para recuperar para a seguinte. Aumentamos as nossas armaduras ou baixamos a guarda. Avançamos com tudo ou rendemo-nos às circunstâncias.  O meu filho pintou o cabelo de azul. Tendo em conta o estado do mundo, parece irrelevante. E de facto é. Uma experiência com consequências reversíveis. A seguir, vai pintar de outra cor. E eu já estou preparada. Depois do primeiro choque.   Este é um exemplo ridículo, mas sentido, que ilustra como funcionamos. Das coisas mais irrelevantes às de maior gravidade. Tiramos as máscaras. Habituamo-nos aos bombardeamentos.  Normalizamos o que mais tememos. Pomos as coisas em perspetiva. Hoje a pandemia perdeu importância. Deu lugar à guerra. A vida continua.  E eu tornei-me empresária.   O que é que isto tem a ver com tudo o resto? Resiliência.  Felizmente nascemos com o equipamento biológico para desenvolvê-la. Numa fase e...

31. ULTRA TRAIL DA LOUSÃ - SERRA DE EMOÇÕES

  Serra de emoções . Assim se auto designa a Serra da Lousã. Bem verdade. Das emoções mais fáceis às mais difíceis de gerir. A minha participação no Ultra Trail da Lousã, 45 Km em 9h30, +3.350m de desnível, contribuiu fortemente para a minha literacia emocional. Alimentei três medos na preparação para esta prova: 1. Medo do frio . O último aviso da organização, foi sobre a expectativa de neve acima dos 800m. Subimos aos 1.200m. 2. Medo das bolhas nos pés . A minha experiência no Ultra Trail da Serra da Freita  deixou-me com muitas mazelas e um tempo considerável e doloroso de recuperação. 3. Medo de não conseguir cumprir com as quatro barreiras horárias impostas pela organização. Tendo em conta o meu ritmo, o facto de esta ser a prova com mais desnível de sempre e o nível competitivo do evento, sabia que ía ser difícil. Os dois primeiros medos, foram os mais fáceis de ultrapassar. Depois de estar em movimento, já sei por experiência que o frio deixa de ser um problema. Portan...

30. CRENÇAS (IN)QUESTIONÁVEIS

  Porque é que continuamos a defender as ideias do passado, mesmo perante a evidência de que estamos errados? Porque é que é tão difícil mudar de rumo e viver com as pesadas consequências de decisões anteriores que já não nos servem? Viés de compromisso ou escalada de compromisso . O nome dado por Barry M. Staw a este padrão de comportamento em que perante resultados crescentemente negativos decorrentes de uma decisão, ação ou investimento passados, decidimos manter o comportamento em vez de alterar o rumo.  Infelizmente, os padrões do passado nem sempre se aplicam ao futuro. É frequente usarmos soluções do passado para resolver problemas atuais. E esta fórmula, pode tornar-se obsoleta. Se não estivermos atentos, vamos insistir e continuar a procurar evidências de algo que já não nos serve. É ainda frequente alterarmos os factos para mantermos a nossa opinião. A história da humanidade está recheada de exemplos disto. Os eventos do passado, principalmente associados a figuras ...

29. 100 ARREPENDIMENTOS

  Um dia de fim de Verão. A praia cheia de pessoas e conversas a queimar os últimos cartuchos. "Eu?! Não tenho um único arrependimento! Até te digo mais; tudo o que faço, sai logo bem à primeira tás a ver?" Não. Não estou a ver. Pensei. Como é que uma adolescente com pouco mais de uma década de idade afirma uma coisa destas? É verdade que o seu tempo de vida não lhe deu experiência suficiente para saber do que fala. Mas a convicção com que o faz, é assustadora! Que trilhos percorremos, ou que mensagens ouvimos para acreditar que devemos viver uma vida sem arrependimentos? Que círculos frequentamos e quem nos influencia, para acreditarmos neste tipo de "mantras"?! Pesquisei no google - No regrets. Desafio-o a fazer o mesmo.  Fiquei chocada com a quantidade de imagens supostamente encorajadoras, a reforçar esta ideia. E claro, completadas com outras mensagens como Não há arrependimentos na vida. Só lições aprendidas .  Corrige-me por favor e apresenta argumentos para...

28. AS 12 PASSAS, RESOLUÇÕES DE 2022 E O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

  Fascina-me a tradição das passas ao virar do ano. Subir para uma cadeira com 12 passas e mastigá-las a cada badalada. Cada uva seca representa uma nova oportunidade. Com alguma sorte, calham-nos sultanas. Assim não atrapalhamos a cadência do processo. Depois, cuidado com o pé com que se desce da cadeira, não vá o esquerdo desfazer os desejos! Pedimos. A algo ou alguém superior, ao divino, ao universo ou a nós próprios. Para alguns, o ato de pedir descansa do trabalho de fazer. Os seus desejos ficam entregues ao acaso alimentados pela crença na superstição que com alguma sorte claro, fará o resto do trabalho.  Temos ainda as resoluções do ano novo. Há quem junte as duas coisas. As mais fáceis, surgem em forma de check list: inscrever-me no ginásio, emagrecer 5 Kg, correr uma maratona, terminar o mestrado. São também estas as que mais rapidamente nos condenam ao insucesso. Não ascendemos ao nível dos nossos objetivos. Mas descemos ao nível dos nossos sistemas. Refere  Ja...