O mundo está um caos. Muitos diriam que já não é de hoje. Andamos de crise em crise sem tempo para recuperar para a seguinte. Aumentamos as nossas armaduras ou baixamos a guarda. Avançamos com tudo ou rendemo-nos às circunstâncias.
O meu filho pintou o cabelo de azul. Tendo em conta o estado do mundo, parece irrelevante. E de facto é. Uma experiência com consequências reversíveis. A seguir, vai pintar de outra cor. E eu já estou preparada. Depois do primeiro choque.
Este é um exemplo ridículo, mas sentido, que ilustra como funcionamos. Das coisas mais irrelevantes às de maior gravidade. Tiramos as máscaras. Habituamo-nos aos bombardeamentos. Normalizamos o que mais tememos. Pomos as coisas em perspetiva. Hoje a pandemia perdeu importância. Deu lugar à guerra. A vida continua.
E eu tornei-me empresária.
O que é que isto tem a ver com tudo o resto? Resiliência.
Felizmente nascemos com o equipamento biológico para desenvolvê-la. Numa fase em que também eu travava uma guerra, dei um passo na direção que me pareceu ser a mais indicada para encontrar a paz. Apesar de manter-me num caminho de combate. Continuo a ser empreendedora social. Desta vez, luto contra a pobreza emocional e a favor de pormos fim àquela batalha que travamos internamente e que faz milhares de vítimas dentro e fora. Quando o nosso património emocional não é aumentado ou estimulado.
Precisamos dos estímulos do exterior para aumentar a agilidade emocional. Como se de ferramentas se tratassem. Sem estes utensílios, a resiliência estará severamente comprometida.
Conheço pessoas que não sentem empatia. São desprovidas do cuidado para com o outro. Dormem sonos descansados porque o remorso não as assiste. Vomitam o seu descontrolo e crises emocionais em todos os que se atravessam no seu caminho. Estes, têm que fazer o trabalho que os primeiros não são capazes de fazer. Gerir as emoções, respeitar, proteger, cuidar.
A empatia, compaixão ou generosidade aprendem-se quando somos amados. Quem não é amado, não desenvolve os circuitos para saber cuidar do outro. E vive nesta pobreza emocional que mais do que auto-destrutiva, mata tudo à sua volta. A ausência de amor e valor nas relações coloca-nos no espaço mais perigoso de sempre. Onde os medos se transformam em dragões e o perigo é iminente.
Escolhi o medo. A emoção que tem como função preservar a vida. Garantir a nossa sobrevivência. Sabia que a vida de todos nós é orientada pelo medo?
O medo é difícil de ler, escrever ou partilhar. Todos o sentimos, sem querer. Não admitimos. Mesmo quando não restam dúvidas. Admitir é dar parte fraca. É sermos menos. É assumir que não somos capazes. Porque quem tem medo é medricas.
A crença do medo como um vilão é, de tal forma antiga, que o transformou num dos temas centrais do imaginário medieval europeu. O medo tem sido usado e abusado ao longo de todos os tempos como instrumento de guerra, tortura e intimidação. Até no mundo atual. Aprendemos a combater o medo com o medo. “Se não comes a sopa, chamo o bicho papão!”
E é aqui que reside o erro. Tudo o que aprendemos sobre o medo está profundamente errado. Porque o medo não é o inimigo. Sem medo não existíamos. Sem o medo, não havia entusiasmo. Nem crescimento. Nem amor ou paixão. Arriscaríamos a vida e morreríamos vezes sem conta. Sem perceber que nunca estivemos verdadeiramente vivos.
Criei a marca Beyond Fear®. É o palco de tudo o que estou a fazer nesta área.
A Newsletter Conversas com o Medo, está a trazer novos caminhos e perspectivas para as centenas de pessoas que escolheram (re)aprender a sua relação com o medo.
No E-book As 50 sombras do medo, tem a oportunidade de identificar 50 sinais de que está a viver com medos dos quais se poderá tornar refém e/ou está a desenvolver medos tóxicos.
É no trabalho individualizado que tenho feito com pessoas muito resilientes, que visitamos e desbravamos o que é necessário para desbloquear e (re)conquistar as suas vidas.
Todos estes passos estão a permitir-me viver o meu propósito. Ajudar as pessoas a sentir-se amadas e valorizadas. Poderia ter escolhido tantos outros caminhos. Pois podia. Mas não era a mesma coisa! E hoje, não teria alcançado a satisfação que só se sente quando se está verdadeiramente a fazer a diferença na vida de tantos outros.
Por isso me tornei empresária. O mundo está um caos. A tinta foi saindo. O cabelo do meu filho agora está verde. E daqui a nada, volta a estar tudo bem.
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E-book Gratuito As 50 Sombras do Medo
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