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Ale, Ale, Bravo! Courage! - A experiência do MIUT

A experiência do  MIUT -  Madeira Island Ultra Trail ​ D izem que o  MIUT  é uma das provas de trail mais duras de Portugal. Subidas e descidas infernais de alturas diversas, por degraus de terra, pedra, cimento e até calçada. Quem participa no MIUT e recebe a pulseira da cor da sua distância, ganha uma espécie de “tatuagem” temporária, que exibe muito além da prova. Nos dias seguintes, pelas ruas de Machico, arregaçam-se mangas e exibe-se o feito pela cor que se transporta no pulso.  É a versão em trail do Senhor do Bonfim, mas com o sonho realizado e dever cumprido. No domingo, para além da fita, reconhecem-se os atletas pelo andar novo e a lentidão na marcha. Os mais corajosos ou menos lesados pela dureza dos percursos, atrevem-se a uma corrida pelo paredão, exibindo a t-shirt oficial da prova. É aquela feira das vaidades de que todos temos orgulho em fazer parte. E eu não fui exceção. Corri  63Km . Recebi a fita azul-clara. Mas os bravos desta prova, são os heróis dos  115  e dos 
Mensagens recentes

37. Fiz as pazes com a Serra de São Mamede. O Ultra Trail dos Reis.

Em Maio de 2022, completei o Ultra Trail de São Mamede com uma sensação agridoce. Uma prova de grande sofrimento, durante pouco mais de 9h. Estava tudo bem. E não estava.  Começou com a primeira subida, após 3 km de prova. E ainda nem estava calor. O meu peito disparou. Sentia o coração no pescoço, na garganta e até nos ouvidos. Fui obrigada a parar pela falta de ar - nunca fiz inspirações tão ofegantes e profundas, e parecia que o ar à minha volta não era suficiente. A cada passo que dava, perdia a força nas pernas e braços e sentia uma dormência crescente. Todos os sinais que o corpo me dava impediam-me do próximo passo,  e contrariavam a vontade que tinha em seguir caminho. Acabei por parar. A ver os outros atletas a passar e a procurar desesperadamente o oxigénio que parecia rarear.  Mentalmente, revi tudo o que tinha feito (ou não) - desde a preparação física, à psicológica e emocional - e não conseguia encontrar a causa do problema. Se fosse um ataque de pânico, seria exatamente

36. CELEBRAÇÃO E A ARTE DA GENERALIZAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DAS APRENDIZAGENS. O ULTRA TRAIL ESTRELAÇOR

  Esta semana é de celebração.  A NEWSLETTER Conversas com o Medo completa um ano!  A primeira publicação, ganhou vida a 17 de Outubro de 2021. Hoje, estamos na 52. E eu tenho 50 anos e 2 meses ;)  O que escrevo aqui, faz parte da publicação desta semana da Newsletter. Decidi partilhar também consigo por esta via, depois do feedback fantástico que obtive dos meus subscritores. No dia 16 de Outubro, completei o  Ultra Trail Estrelaçor  de 50 Km, em jeito de comemorar este meio século de vida. Trouxe para esta prova o significado destes números e acabei por encontrar outros que quero partilhar consigo. Foi na parte que mais me custou da prova, que fiz uma analogia entre as suas 5 etapas e cada uma das décadas da minha vida. A organização atribuiu a cada etapa graus de dificuldade que curiosamente, coincidem com a minha experiência pelas diferentes décadas que vivi. PERFIL E ALTIMETRIA DO ULTRA TRAIL ESTRELAÇOR 1ª etapa – grau de dificuldade: média – dos 0 aos 10 ​ A primeira etapa com 1

35. DETOX DE ROTINA

Estou a fazer um detox de rotina. Não são férias. Algumas atividades são as mesmas, mas num ambiente completamente diferente. Os nossos ritmos não são compatíveis com a sobrecarga de trabalho, a ansiedade coletiva típica das organizações e as exigências do dia a dia. Aprendi da pior forma a importância de abrandar. Organizei a minha vida para não estar dependente de agendas irrealistas, mas acima de tudo da insegurança, reatividade e necessidade de controlo das outras pessoas. Recuperei a liberdade que tanto preservo para ser quem sou. E neste estado, recuperei também a minha criatividade, bom humor, conexão com quem importa e produtividade. Então, como é que organizo o meu detox de rotina? 1. Mudei de ares durante uma semana. Saí de casa e instalei-me num sítio diferente do habitual. 2. Planeei as refeições, e fiz as compras para toda a semana assim que cheguei, para não pensar mais nisso. Claro que guardei uma manhã para ir ao mercado local. Nunca perco essa oportunidade, independent

34. E VOCÊ? JÁ FEZ ALGUÉM FELIZ HOJE?

Passamos tanto tempo embrenhados na busca da nossa arca perdida, que nos distraímos do momento atual, e das oportunidades que se apresentam, numa abundância que ofusca e nos torna cegos. Ditadura da felicidade. Um dos movimentos mais bem sucedidos de sempre, que nos empurrou por estes rápidos e cascatas intermitentes, em que o foco é sempre na pedra seguinte. A velocidade e força da corrente, distraem-nos do resto. De todo um mundo que acontece sereno e contemplativo à volta desta força, que arrasta todos nas suas águas, tornando-os iguais e solitários nesta busca irrealista. E agora, à felicidade, junta-se o propósito. "Tens que ter um propósito. Tens que deixar a tua marca. Fazer a diferença!" E não fazemos todos? Diariamente? Com ou sem consciência. Juntar-lhe um propósito e este ideal da felicidade que se procura como se de uma caça ao tesouro se tratasse, ou uma conquista dos lugares no pódio, são dos maiores disparates consentidos a que nos submetemos coletivamente. Ve