A experiência do MIUT - Madeira Island Ultra Trail D izem que o MIUT é uma das provas de trail mais duras de Portugal. Subidas e descidas infernais de alturas diversas, por degraus de terra, pedra, cimento e até calçada. Quem participa no MIUT e recebe a pulseira da cor da sua distância, ganha uma espécie de “tatuagem” temporária, que exibe muito além da prova. Nos dias seguintes, pelas ruas de Machico, arregaçam-se mangas e exibe-se o feito pela cor que se transporta no pulso. É a versão em trail do Senhor do Bonfim, mas com o sonho realizado e dever cumprido. No domingo, para além da fita, reconhecem-se os atletas pelo andar novo e a lentidão na marcha. Os mais corajosos ou menos lesados pela dureza dos percursos, atrevem-se a uma corrida pelo paredão, exibindo a t-shirt oficial da prova. É aquela feira das vaidades de que todos temos orgulho em fazer parte. E eu não fui exceção. Corri 63Km . Recebi a fita azul-clara. Mas os bravos desta prova, são os heróis dos 115 e dos
Em Maio de 2022, completei o Ultra Trail de São Mamede com uma sensação agridoce. Uma prova de grande sofrimento, durante pouco mais de 9h. Estava tudo bem. E não estava. Começou com a primeira subida, após 3 km de prova. E ainda nem estava calor. O meu peito disparou. Sentia o coração no pescoço, na garganta e até nos ouvidos. Fui obrigada a parar pela falta de ar - nunca fiz inspirações tão ofegantes e profundas, e parecia que o ar à minha volta não era suficiente. A cada passo que dava, perdia a força nas pernas e braços e sentia uma dormência crescente. Todos os sinais que o corpo me dava impediam-me do próximo passo, e contrariavam a vontade que tinha em seguir caminho. Acabei por parar. A ver os outros atletas a passar e a procurar desesperadamente o oxigénio que parecia rarear. Mentalmente, revi tudo o que tinha feito (ou não) - desde a preparação física, à psicológica e emocional - e não conseguia encontrar a causa do problema. Se fosse um ataque de pânico, seria exatamente